A MEDIDA CERTA DO EQUILIBRIO

24/11/2011 06:25
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“Não julgueis, para que não sejais julgados.  Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.” 
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(Mt 7:1,2)
Você se relaciona com três classes de pessoas: Deus, o próximo e você mesmo.
95 % dos nossos problemas de relacionamentos são fortemente influenciados por atritos e discordâncias e opiniões e crenças.
A falta de acordo leva ao afastamento, omissão e hostilidade. A bíblia no livro do profeta Amós diz: “Como poderão andarem dois juntos se não estiverem de acordo?” (Am 3:3)
Desde crianças somos ensinados  a lutar por defender nossos direitos, opiniões, crenças e vontades, o que não é errado em si mesmo. No entanto, tanta ênfase acaba criando na mente da criança e do adulto que se formará, um modelo de crescimento imaturo,  cujo valor fundamental se tornará o principal fator de influência para o comportamento desta pessoa.
Partindo sempre do pressuposto de que a outra pessoa tendo valores, comportamentos, convicções, posturas, e opiniões diferentes das minhas cujos teores são inferiores aos meus, passamos a apontar nas pessoas com quem nos relacionamos seus defeitos e limitações, como forma de proteção pessoal, ou defesa.
 
Pertinente a este pensamento, encontramos um dos maiores obstáculos para que relacionamentos saudáveis sejam oportunidades de crescimento de instituições e indivíduos, tanto do setor empresarial, industrial ou eclesiástico, seja este coletivo ou individual.
Diferenças não administradas acabam gerando conflitos centralizadores e absorvedores de energia. Por conseqüência, desestimulo, brigas, contendas, partidarismo e pré-juízo constante. 
As palavras de Jesus se encaixam como uma luva na solução de querelas pessoais quando diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados.  Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.” (Mt 7:1,2)
 
Jesus Cristo é o autor da nossa salvação! Mas, somente será salvo aquele que for literalmente transformado pelo caráter do Espírito Santo dele que atua na conversão do pecador.
Um ponto chave da nova criatura em Cristo, é  a natureza humana levada ao potencial espiritual reformado por um comportamento novo, equilibrado e condizente com o próprio comportamento de Jesus.
O julgamento, a formulação de conceitos e pré-conceitos são réguas naturais que quase inconscientemente praticamos para determinar nossas ações, e que na maioria das vezes geram os conflitos em que nos envolvemos e desgastamos todo o tempo. “Não julgueis, para que não sejais julgados”.
 
Duas situações são envolvidas neste contexto:
Primeira: A pessoa fala diretamente para a outra aquilo que pensa e que nem sempre corresponde ao que a pessoa propriamente pensa ou é.
Segunda: Uma pessoa fala para alguém, indiretamente de outra pessoa, pois esta está ausente.
Ao ficar sabendo diretamente ou não,  o pensamento exposto fundamentado em impressões catadas à luz do olhar, da “in- experiência”, ou dos fuxicos de outros se manifestam aos ouvidos da vítima como acusação, obrigando-a a se posicionar a fim de defender-se.
 
Uma vez que a régua do julgamento alheio leva uma medida estabelecida para o outro que na maioria das vezes não é justa, estabelece-se a injustiça. Ninguém aprecia a injustiça, por mais suave que pareça.
 
Porque julgamos? - Quatro razões porque fazemos isto:
 
1)Julgamos os outros por que nos sentimos superiores, melhores, privilegiados ou mais poderosos que o outro.
O Senhor Jesus disse que o pré-julgamento  deve ser evitado com uma finalidade... “para que não sejais julgados”.
Quem julga alguém é também passivo de julgamento dos outros.
 
2)Julgamos os outros porque acreditamos conhecer a realidade do outro melhor que ele próprio.
Ao subestimar-mos as potencialidades do outro, formulamos uma capacidade própria para definir seu tamanho ou maturidade. “Ele é assim, ela não muda, fulano sempre se comportou desta maneira, ele(a) não consegue ir além deste ponto...”, até mesmo a competência de alguém é avaliada a partir deste pressuposto que trazemos conosco, o que na verdade é uma mentira tremenda. Não existem pessoas incompetentes, mas pessoas nos lugares errados, hora errada, ações erradas.
 
3)Julgamos os outros porque temos a tendência de ver mais fácil aquilo que se encontra fora, do que o que está dentro de nós. “Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados;”
Na verdade, todos temos um olho clínico: Jesus disse que temos a capacidade de ver o “cisco” no olho do irmão (Mt 7:3) e de fato é assim. O grande problema é a cegueira espiritual, que obstrui nossa capacidade de ver a mesma coisa numa dimensão maior em minha própria vida.
O outro é apenas espelho de mim, mesmo. Pois naquilo que critico ao outro, me critico, pois o que vejo nele, nada mais é que o comportamento, opinião, pensamento ou defeito que carrego e projeto nele.
Quando julgo o outro, me julgo, pois é exatamente isto que eu faria ou pensaria se estivesse no lugar dele. “Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados”
 
4)Julgamos os outros para nos proteger:
A incapacidade de admitir as próprias fraquezas não é apenas uma herança do Édem, adquiridas dos nossos pais “Adão e Eva”, quando fugiram de Deus, dando desculpas para o pecado praticado, como é também um estilo de vida meramente humano que perpetua como forma de proteção.
Um dos maiores motivos porque julgamos os outros, é porque queremos nos proteger.
Criticando os outros, desviamos o olhar daqueles que estão em torno de nós para o colega, amigo, vizinho, irmão; escondendo nossas fraquezas. “Vemos o cisco no olho do irmão, mas não a lasca de madeira que está em nossos próprios olhos.” (Mt 7:4)
A advertência do Senhor é preventiva. Quem carrega uma venda (lasca de madeira) nos olhos, e tenta tirar o cisco do olho do outro, pode vir a cegá-lo.
 
Em suma, “Quem anda descalço não deve semear espinhos por onde anda”.
A medida certa para julgar o outro deve ser aquela que o Senhor Jesus ensinou: “Tudo o que quiserdes que os outros te façam, façam primeiramente a eles.” (Mt 7:12)
Em Cristo Jesus, a régua de Deus para nosso comportamento humano.
 
Pr. Paulo César