AFASTADOS DE DEUS

18/11/2011 07:05
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“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.” 
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(Hb 3:12,13)
A igreja é diferente do mundo por um único motivo: A vida em comunidade.
Enquanto o mundo vive na individualidade, a igreja como corpo de Cristo, é chamada para viver  na cooperação da mutualidade.
Ter algo em comum com alguém, é a proposta divina para a solução dos problemas de relacionamentos que se nos apresentam e oportunidade para manifestação do poder de Deus, “pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles.” (MT 18:19)
Houve tempo em que a igreja fora mais respeitada por sua integridade e caráter, mas infelizmente nem sempre é o caso na atualidade.
Crescem os números de conversões nominais, e se estendem as redes daqueles que serviram ao exército cristão um dia, mas que hoje engrossam as fileiras dos desertores.
Não é à toa que os maiores tesouros que estão no fundo dos mares, já velejaram um dia na superfície das águas.
Não são poucos os cristãos que estão se afastando de Deus pelos mais variados motivos, principalmente por causa de conflitos de relacionamentos que produzem um “coração perverso”.
É maior a igreja que está fora dos templos, que aquela que se reúne dentro deles aos domingos.
 
O QUE NOS AFASTA DE DEUS?
O apóstolo Paulo responde: “O endurecimento do coração pelo engano do pecado”.
Podemos ficar tão cegos para a realidade que o pecado será tolerado com naturalidade e indiferença própria com relação à vontade de Deus.
É difícil encontrar um equilíbrio de valorização individual do outro se não olharmos para o exemplo de Jesus.
Enquanto não sendo amado, amou!, sendo rejeitado, respeitou!, sendo criticado, vilipendiado e maltratado, optou por aproximar-se e tolerar aqueles que desejavam afastá-lo.
Sim, se Jesus não for nosso maior exemplo, não existe exemplo maior para que sigamos.
 
Nos aproximamos de Deus quando decidimos nos afastar do pecado e amarmos aqueles que até então acreditávamos não merecer nosso amor, e nos afastamos de Deus, quando voltamos a acreditar que estas pessoas já não são mais dignas de nosso amor e atenção!
O cristão é chamado para amar os mais distantes, e os mais próximos, tanto ao inimigo, como à família, “ora, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente  dos da sua família, negou a fé e é pior do que o incrédulo” (I Tm 5:8)
“Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” (I João 3;10)
 
Sem duvida nenhuma que pecado não é só fazer o que é errado diante de Deus, mas também deixar de fazer o que é certo, ou fazer o certo da maneira errada.
Tiago apóstolo diz: “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz, nisto está pecando” (Tg 4:17), portanto, é pecado viver afastado de Deus, pela falta da prática do bem.
Alguns cuidados necessários para que não venhamos definitivamente nos afastar de Deus:

 

I)Leve em consideração o conceito de família cristã. “Tende cuidado, irmãos...”
Deus valoriza a coletividade, tanto que enviou seu filho ao mundo ao ponto de dar sua vida a todos (João 3;16);
Deus valoriza o individuo a ponto de Jesus dar sua vida em favor de cada pessoa  (João 1:12; Mc 9:37,38) e encontramos identidade como povo dele, quando esta pessoa o reconhece como salvador pessoal (Atos 16:31), tornando-nos irmãos.
 
Somos irmãos, não porque escolhemos uns aos outros, mas porque Deus, na pessoa do seu filho, nos adotou por filhos. (João 1:12) Sendo assim, somos também uma família, e como toda família também sujeita aos maiores conflitos de relacionamentos.
Ao nos tornarmos cristãos pelo reconhecimento de que Cristo é quem nos salva, tornamo-nos, quer queiramos ou não, irmãos daqueles que também foram salvos e nem sempre são agradáveis, bonitos, educados, cortez ou amáveis conosco ou como nós.
 
II)Leve em consideração as limitações pessoais. “exortai-vos mutuamente cada dia”
A natureza humana devido a queda, está sujeita a um estilo de vida próprio que segue  a filosofia do mundo em que vivemos:
O de extremo egocentrismo, ou seja: A  centralidade no Eu.
As exortações acima do apóstolo Paulo, são pertinentes à inerente inclinação que temos de nos afastarmos de Deus.
O que acontecendo, selaria também nossa perdição eterna. Ele exorta: “Tende cuidado, irmãos” e “exortai-vos mutuamente cada dia”.
A reciprocidade do cuidado uns com os outros é algo que fortalece não somente os laços cristãos como protege a comunidade da fé contra os males do coração exposto ao endurecimento do pecado.
Como membros do mesmo corpo temos responsabilidades mutuas para com todos.
Rejeitar a exortação, repreensão, ensino ou conselho de alguém que além de nos observar, percebe uma inclinação para longe da presença de Deus, é ignorar nossas limitações pessoais.
Todos temos pontos cegos (ciscos), que geralmente são notados pelos outros.
Ninguém cai, à princípio por que deliberadamente quer assim, antes pelo contrário, é seduzido pelo objeto de sua queda!
Se alguém se aproxima de você para te ajudar a levantar, estenda-lhe a mão, pode ser um irmão, e rejeitá-lo pode revelar insensatez: “Não fales aos ouvidos do insensato, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” (Pv. 23:9)
 
Quem vive ou está se afastando de Deus precisa ter a sensibilidade de ouvir os conselhos daqueles que Deus coloca em seu caminho afim de redirecionar-lhe. De duas uma, ou você precisa ouvir, ou você precisa exortar.
As vezes, por medo de sermos mal-entendidos ou perdermos a admiração dos outros, não demonstramos amor e preocupação ao ponto de nos importamos com o desenvolvimento do caráter cristão na vida de nosso irmão através da exortação e do ensino.
O que não significa que não devemos fazê-lo! Quem exorta ou repreende ensina um caminho coerente a ser seguido.
Por sua vez quem sofre a repreensão deve ter pelo amor de Cristo, humildade para ouvir e coragem para corrigir seu erro!
Em contrapartida,  se você já cooperou demais com o crescimento e restabelecimento dos outros, continue... a orientação é “exortai-vos mutuamente cada dia”; nunca é demais servir mais um pouco.
 
Paulo disse: “Eu de boa vontade me gastarei, e ainda me deixarei gastar em prol de vossas almas, ainda que em mais vos amando, seja eu menos amado” ( II Cor. 12:15)!
Somente permanecerão afastados de Deus depois de uma exortação em amor, aquele que nunca experimentou de fato o amor de Cristo!
Nele, em quem temos o perdão de nossos pecados!
 
Pr. Paulo César