DÍZIMO - LEGITIMIDADE E CONTEMPORANEIDADE
01/11/2012 12:12
"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, diz o Senhor..." (Ml 3:10) |
O assunto está em pauta nas redes sociais com ponderações divergentes sobre a doutrina do dízimo e me sinto na responsabilidade de deixar uma palavra de instrução bíblica para os irmãos.
As seguintes afirmações foram proferidas por líderes diferentes: “Dízimo é bobagem, é lei...”; “...você não encontra no NT um mandamento específico para que os cristãos dêem o dízimo...”.
Abaixo trago algumas instruções no objetivo de evitar ou sanar uma possível confusão sobre o assunto.
A doutrina do dízimo é tratada na lei, mas a prática do dízimo é anterior à lei.
Os patriarcas tinham a prática de entregar o dízimo. Portanto não se sabe onde, como e nem quando esse hábito começou, mas o certo é que quando a lei foi escrita por Moisés, a entrega do dízimo já era um hábito dos servos de Deus (Gn 14.18-2; 28.20-22). A lei trouxe algumas regulamentações específicas para Israel e a entrega do dízimo tornou-se parte do culto vetero-testamentário.
Então, quando alguém disser que não entrega dízimo porque o dízimo é lei explique que de fato o assunto é tratado na lei, mas a sua prática é anterior à lei. A prática dos patriarcas tornou-se recomendável a todo o Israel por ser um hábito bom, saudável e agradável a Deus.
O dízimo não é uma lei do Novo Testamento, mas não é abolido no NT.
A nova aliança realmente, não traz uma lista de leis como a Torah (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), porque quem entende o evangelho não precisa de lei pelo seguinte motivo: A justiça cristã excede a lei (Mt 5.20).
Jesus reprovou a entrega do dízimo que se reduz a legalismo como um “lavar as mãos” (Mt 23.23-24). O dizimista deveria manifestar um coração misericordioso. Não deveria ser uma pessoa mesquinha que entregava o dízimo e tapava os olhos para as necessidades dos outros.
As cartas apostólicas expandem essa concepção cristã de contribuir frequentemente, liberalmente, com alegria e proporcionalmente.
O dízimo é obrigatório? Não, o dízimo é correto. Assim como os patriarcas entregavam o dízimo sem uma ordem os obrigando, assim os cristãos devem fazer.
Quem não entrega dízimo está sob maldição? Malaquias denuncia um sacerdócio caído, um culto profano, o descaso com a manutenção do templo e um verdadeiro abandono da aliança com Deus.
Se alguém não entrega o dízimo por esses pecados, pode saber que está em situação de ser corrigido por Deus sim, mas se alguém tem administrado bem as suas finanças sem se deixar levar pelo consumismo ou materialismo, tem sido um administrador responsável e ficou impossibilitado de contribuir não será amaldiçoado por Deus.
Não contribuir é pecado? Não contribuir por avareza, consumismo, materialismo, gasto compulsivo, hedonismo, dureza de coração ou falta de responsabilidade com a obra de Deus é pecado.
O que o Novo Testamento diz sobre contribuição financeira?
O Novo Testamento fala de maneira extensiva sobre a participação financeira para várias finalidades: sustento dos que exercem o ofício pastoral, apoio à obra missionária, auxílio aos pobres, auxílio às igrejas irmãs; a contribuição no NT é praticada com generosidade, liberalidade, responsabilidade, compaixão, amor e alegria (Lc 6.38; At 20.35; Rm 12.8,13; I Cor 9.11-14; 2Cor capítulos 8 e 9; Fp 4.14-19).
Dízimo não é bobagem. Vemos no dízimo uma forma de seguir toda orientação neo-testamentária sobre a contribuição e de manter o antigo hábito dos servos de Deus. Não é obrigatório; não precisa ser; é bíblico, é correto, saudável, bom, prazeroso, legítimo e agradável a Deus.
Pr Wagner Saraiva