TRANSFORMANDO INCRÉDULOS EM LÍDERES

30/11/2011 07:10
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“E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti. E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam.”
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(Marcos 5:18-21)
O crescimento vertiginoso da população humana, requer uma estratégia mais ousada por parte da igreja.
Se a vinda de Jesus novamente à terra depende da pregação da palavra dele a todos as nações, o que implica que cada pessoa precisa ouvi-la, então torna-se necessário a multiplicação dos proclamadores.
 
Houve tempo em que os métodos tradicionais funcionavam bem para alcançar aqueles que dentro do campo, “estavam maduros”, hoje porém, na velocidade com que nascem a cada dia centenas de milhares de pessoas mundo afora, já não podemos mais fazer como fazíamos antes. E como fazíamos antes? – Cultos ao ar livre, convites para ir à igreja assistir a um culto especial, ou participar de uma série de conferências, entregar folhetos individualmente nas ruas, dentre outros.
O que não significa que ainda sejam irrelevantes tais métodos como estratégias, no entanto, se revelam superficiais quanto à demanda de pessoas que precisam ser impactadas com o evangelho.
 
No momento em que vivemos a era do conhecimento e da multiplicação dos recursos tecnológicos, a necessidade de criar, captar, transformar pessoas dentro e fora de nossas igrejas, surge como  a melhor estratégia para atingir o mundo contemporâneo com  a mensagem do evangelho, uma vez que esta necessidade imprime também um caráter de solução para a sobrevivência da instituição eclesiástica, frente às velozes mudanças e transformações culturais de nosso tempo.
Há muito potencial humano espalhado dentro do nosso arraial, e que infelizmente, ficam assentados nos bancos domingo após domingo, contemplando as nucas dos irmãos que se assentam à sua frente.
É uma condição indispensável da igreja, quebrar os paradigmas tradicionais que produzem um crescimento vegetativo do evangelho e produzir um crescimento qualitativo e multiplicativo daqueles que enfileiram o exército de proclamadores.
 
Transformar pessoas em líderes (evangelistas, testemunhas, pregadores, comunicadores), o que era natural na visão de Jesus, e que ao longo do tempo se perdeu, deve ser para a igreja de agora, principal ponto de ação ministerial.
Embora o pensamento acima pareça ser algo novo, ele foi uma das ênfases de Jesus em seu ministério terreno. Alguém disse que ele gastou 80% do seu tempo com sua equipe de doze homens, e somente 20% restante com a  multidão. Será que com isto, não estava tentando nos chamar a atenção para o foco do trabalho pastoral?
Assim, vejo que o imprescindível então é investir tempo e recursos em pessoas potencialmente chamadas para o processo de continuidade de proclamar o evangelho do reino.
Como fazer isto então?
Segue-se fundamentado no texto acima, alguns passos:
 
1º passo: Ganhar a pessoa, ou conquistar o coração da pessoa:
O presente texto se passa na terra dos Gerasenos. Indo em direção a esta cidade, Jesus encontra este homem possesso, em meio aos sepulcros... e diz a bíblia que ele andava de dia e de noite, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.” (Mc 5:5).
Este homem ao que parece era desprezado por todo mundo, e inclusive pela sua família. Jesus se aproximou dele. Tal atitude revela que sem relacionamento é impossível haver aplicação de poder. Jamais poderemos alcançar alguém se não houver interesse em nosso coração de nos aproximar daqueles que se encontram longe de nós. Gente precisa de gente. Ganhamos a confiança de alguém quando o relacionamento com ela é fundamentado no discipulado. Andar lado a lado. Foi neste processo que o Senhor Jesus treinou seus doze homens para sucederem seu ministério terreno de libertação.
 
2º passo: Consolidar a pessoa.
Uma vez alcançada cada pessoa precisa ser trabalhada de modo que venha a entender o ambiente em que se encontra e da qual passa a fazer parte. “Então saiu o povo para ver o que acontecera. Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram.” (v.15)
 
Certamente que o Senhor instruiu este homem pós libertação, com relação à nova vida que deveria viver. Afinal, “Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1:14,15)
Quem experimenta um encontro com Cristo, experimenta também a libertação de seus pecados. Assim, deve ser orientada a viver uma nova vida, onde conscientiza-se de que “o tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”. Quando o eunuco de Atos 8, entendeu o evangelho anunciado por Filipe, disse-lhe: “Eis aqui água, o que me impede de ser batizado?”, e logo em seguida, assim o foi!
 
A obediência ao batismo bíblico deve ser um ato de ênfase e ensino por parte daqueles que uma vez receberam o evangelho. Ele sela uma aliança com o Senhor Jesus. Consolidar cada pessoa alcançada com o batismo, é produzir nela a convicção de que está comprometida com alguém que comprometeu sua vida por ela. Jesus morreu por você!
 
3º passo: Treinar ou capacitar esta pessoa:
Embora este homem liberto por Jesus quisesse ficar com ele, “Jesus não o permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. E anuncia-lhes  tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.” (v. 19).
Treinamento é ensinar, habituar, preparar ou capacitar alguém com vista a um fim.
Alguém disse que o melhor treinamento é ir ver o que outros estão fazendo de melhor. Jesus libertou este homem, ensinou as verdades com relação ao reino de Deus, e deu-lhe uma “mensagem”:  “Vai para tua casa, para os teus. E anuncia-lhes  tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.”
 
Saber o que fazer depois que assume-se um compromisso com Cristo é fundamental para a estabilidade e permanência na vida cristã. A mensagem era: “anuncie tudo o que Deus te fez!”.  O testemunho cristão se resume naquilo que Jesus fez por nós. O que Jesus fez por você, é a mensagem principal que torna-se foco de sua vida.
Como cristãos não prestamos serviços ou vendemos produtos, como cristãos nos tornamos a própria mensagem de Deus, uma vez que somos resultados do que o “Senhor nos fez”. Além de ensinar, compete à igreja a fortalecer a mensagem do evangelho por onde quer que vá.
 
Custa caro investir em pessoas, mas é o elemento principal para que o avanço do reino aconteça. Jesus treinou doze homens, andando com eles, ensinando-os, capacitando-os com as verdades da vida, do evangelho e da vida futura. O resultado não foi outro senão o reconhecimento “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.” (Atos 4:13)
 
Compreendemos então que Ensinar, é diferente de Treinar:
Ensinar é prover informação e conhecimento, já treinar é promover a oportunidade de ter experiências. Pedro e João reproduzirão a ousadia de Cristo, apesar de não terem currículo escolar de treinamento em gestão de pessoas. Transformamos incrédulos em líderes quando impregnamos neles nosso próprio caráter.
 
Por último, o 4º passo: Enviar:
Disse-lhe Jesus: “Vai para tua casa, para os teus. E anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.”
Todo mundo precisa de uma direção. Sêneca disse que “quem não sabe para onde ir, todo vento lhe será favorável.”. Assim, transforme sua congregação, seus membros, seus discípulos, empregados, colegas ou qualquer pessoa que te segue; em líderes.
 
Dê-lhe uma direção: Como?
·         Ensine-lhe a quem se dirigir: “Vai para tua casa, para os teus...”
·         Ensine-lhe o que deve fazer: “... e anuncia-lhes...”
·         Ensine-lhe o que pregar ou ensinar: “...tudo o que o Senhor te fez...”
·         Ensine-lhe porque deve fazer isto: “... e como teve compaixão de ti”.
 
Para o reino de Deus, pessoas treinadas com estas convicções serão fantásticos líderes promotores de libertação de outros. “”Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam”. (v.20).
Que o Senhor te abençoe ricamente neste dia de treinamento.
 
Pr. Paulo César